O senador Roberto Requião (PMDB) deve ser o fiel da balança na eleição de 2014 para o governo do Paraná. Segundo levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povo, o governador Beto Richa (PSDB) estaria próximo de uma vitória no primeiro turno caso o senador não concorresse. Se Requião participar, a disputa tende a ir para o segundo turno. Nesse caso, o peemedebista aparece em empate técnico na segunda colocação com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), de acordo com a pesquisa, realizada neste mês em todo o estado.
Num cenário com Requião e outros cinco pré-candidatos que já anunciaram a pretensão de disputar o Palácio Iguaçu, Richa tem 42% das intenções de voto. Gleisi fica 23% e Requião, 19%. Como a margem de erro é de 2,5 pontos porcentuais, a petista e o peemedebista estão tecnicamente empatados. Logo em seguida, vem ex-prefeito de Maringá Sílvio Barros (PHS), com 4%. Joel Malucelli (PSD) e Rosane Ferreira (PV) ficariam com 1%. Na soma das intenções de voto dos concorrentes de Richa é de 48% – o que forçaria a realização de um segundo turno.
Se o candidato do PMDB for o ex-governador Orlando Pessuti, ele faria 7% dos votos. Nesse cenário, Richa teria 46% e Gleisi, 27% – dividindo parte do espólio eleitoral de Requião. A soma dos adversários do tucano é de 41% – no limite do empate técnico com as intenções de voto de Richa, que poderia vencer a disputa já no primeiro turno.
O cientista político da UFPR Emerson Cervi diz que, apesar de ainda contar com uma fatia considerável de votos e estar em empate técnico com Gleisi, Requião deve ter dificuldades para crescer, caso saia candidato. Sua rejeição é mais alta que a dos principais adversários (28%, contra 14% de Richa e 11% de Gleisi). Além disso, o tucano e a petista devem contar com apoio da máquina estadual ou federal, respectivamente. Entretanto, avalia Cervi, a presença de Requião deixa a eleição menos polarizada e abre uma possibilidade maior de um segundo turno.
Para ser candidato, Requião depende do aval de seu partido, que ainda está dividido entre os defensores de uma candidatura própria e aqueles que querem se aliar ao PSDB ou ao PT. Mesmo que a tese da candidatura própria prevaleça, o senador teria ainda que disputar a indicação do partido com Pessuti.
A pesquisa mostra também um crescimento das intenções de voto em Richa. Em um cenário que já havia sido testado em agosto – com Richa, Gleisi, Requião e Joel Malucelli (PSD), o governador cresceu de 39% para 43%. Gleisi se manteve estável, com 24%, e Requião oscilou negativamente de 21% para 20%.
O cientista político do grupo Uninter Luiz Domingos Costa avalia que os números são positivos para o governador, que aumentou sua vantagem para os adversários e tem chances factíveis de ser reeleito ainda no primeiro turno. Entretanto, Costa alerta que as eleições estão distantes e que Richa, por ser governador, tem uma exposição pública muito maior do que seus adversários, que podem crescer quando a campanha eleitoral começar.
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