Um dia depois do dinamarquês Allan Simonsen perder a vida nas primeiras voltas das 24 Horas de Le Mans, mais um acidente fatal assustou os fãs da velocidade neste domingo, (23/06), em Interlagos. Durante a terceira etapa do Brasileiro de Motovelocidade, disputada no circuito paulistano, o piloto Cristiano Ferreira perdeu o controle de sua moto e acabou atropelado por um adversário. Ele foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. O gaúcho tinha 29 anos.
Com muitos competidores na pista, já que reúne 48 motos de duas classes (GP Light e GP Master), a largada foi bastante movimentada. Ferreira, que era conhecido como "Padeiro" caiu logo no "S do Senna", que é a primeira curva do circuito. Diversos competidores conseguiram desviar, mas um deles passou sobre seu pescoço, provocando a interrupção da prova para o atendimento médico ainda na pista, onde ele teve uma parada respiratória.
- Os pilotos têm que pressionar mais a organização. Ser mais contundentes com relação à segurança. Uma prova dessas com quase 50 motos não existe. É preciso dividir a categoria. O primeiro anda 15 segundos mais rápido que o último, é muita diferença - diz Tiago Pavanelli, piloto de Mogi das Cruzes, SP, que compete na mesma categoria da qual Ferreira fazia parte.
Após o piloto gaúcho ser removido de ambulância, , a prova foi reiniciada novamente do zero, sem valer as voltas que haviam sido dadas quando a moto 84 de Ferreira caiu. O dono de sua equipe, Carlos Barcelos, postou uma mensagem expressando toda a sua tristeza:
- Perdemos nosso CHÃO. Perdemos nosso GRANDE piloto. Perdemos nosso AMIGO. Obrigado PADEIRO por cada dia juntos - escreveu Barcelos.
Organizadores declaram luto
Tendo o ex-piloto da MotoGP Alexandre Barros e o heptacampeão brasileiro Gilson Scudeler como organizadores, o Brasileiro de Motovelocidade tem cinco categorias que são divididas em quatro corridas por fim de semana: GPR 250, a GP 600, GP Light, GP Master e GP 1000. Ferreira competia na GP Light com a moto 84. A direção do campeonato emitiu uma nota curta lamentando o acidente:
- Eu lamento profundamente. Como ex-piloto, conheço os riscos do esporte. Eu tenho obsessão extrema pela segurança dos pilotos. É uma tragédia, uma fatalidade. Cristiano teve uma queda comum, numa parte da pista de baixa velocidade. Provavelmente, teria sido um simples acidente se não tivesse sido atingido por outra moto. Em função da tragédia, em sinal respeito ao piloto, à família e colegas não houve cerimônia de pódio nem premiação da corrida. O evento guardará três dias de luto sem qualquer tipo de atividade - disse Gilson Scudeler, organizador do evento, em nota oficial.
Na sexta-feira, durante os treinos livres para a etapa, um acidente com Alexandre Barros na categoria GP 1000 levou o veterano de 42 anos ao chão, mas felizmente ele nada sofreu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário