Oscar Niemeyer brinda com a mulher, Vera Lúcia, ao lado da família, no Rio
Para o arquiteto Oscar Niemeyer, é tempo de sorrir. Na festa em que comemorou seus 104 anos, na noite desta quinta (15/12), ele se disse feliz pelos avanços do país.
"A arquitetura me ocupou a vida inteira, mas o [tempo] que sobrou eu procurei atuar na parte da política brasileira, para fazer um país mais progressista", disse. "O Brasil tem melhorado ultimamente, com o Lula, que é amigo do brasileiro. Depois de um tempo a gente pode sorrir um pouco."
O aniversário foi comemorado em seu escritório em Copacabana, na zona sul do Rio - antes, ele passara o dia em casa atendendo a telefonemas com felicitações vindos de todas as partes do mundo.
Alegrou-se também ao ouvir de amigos que moradores de Avilés, na Espanha, reuniram-se em frente ao Centro Cultural Niemeyer, projetado por ele, para cantar parabéns.
A manifestação fez parte dos protestos contra o fechamento do centro após menos de um ano de funcionamento - o novo governo da região anunciou que não vai renovar a licença de operação devido aos custos. A administração atual vê motivos políticos.
Para a mulher de Niemeyer, Vera Lúcia, a paixão pelo trabalho é o segredo da longevidade do arquiteto. "Isso absorve a cabeça dele, ele está sempre pensando em algum projeto novo ou na revista", contou.
A revista a que ela se refere é a "Nosso Caminho - revista de arquitetura, arte e cultura", cujo exemplar de número 11 foi lançado ontem na festa - recheada de projetos que o arquiteto vem desenvolvendo.
Impressionado com o "vigor juvenil" de Niemeyer, o ator Marcos Frota aproveitou a ocasião para tentar convencê-lo a desenvolver os traços de um projeto de uma universidade do circo em Brasília.
"Tem um espaço no parque da cidade onde quero fazer a Unicirco. Falei isso para ele e ele lembrou que o plano diretor já prevê um circo naquela área", disse Frota. "Isso é que é memória."
Fisicamente, no entanto, Niemeyer demonstra alguns sinais de fragilidade. Movimenta-se com ajuda de uma cadeira de rodas, tem dificuldades de audição e a voz soa um pouco fraca. Nada, porém, que o impeça de sorrir.
(folha.com)
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