Postado na janela
da casinha onde morava,
de longe eu olhava
para uma árvore seca,
morta, entre tantas outras
de folhagem espessa e exuberante.
Admirava cada uma daquelas
com seus contornos e ramagem multiverde
que instituíam um quadro fascinante,
primorosamente desenhado pela natureza...
E apiedava daquela cujo tronco,
aparentemente infecundo
e galhada totalmente desfolhada,
feia, desfigurada,
que certamente seria cortada,
em lenha transformada,
para alimentar o forno de alguma bolandeira.
Outro dia,
quando voltava à vista para a mesma direção,
um novo visual me chamou a atenção;
deparei-me com uma aquarela;
e aquela árvore de galhada seca,
estava florida, unicolorida,
totalmente amarela...
Encantadoramente bela!
Os meus olhos em princípio,
diante da admiração,
ficaram nela fixados;
depois buscavam em todas as direções
algo que pudesse ser comparado
com tamanha perfeição.
O seu brilho parecia reluzir
como se fosse ela
uma estrela entre as outras espécies.
A sua cor destacava-se,
a beleza refletida era tão fascinante e divina,
que por bucólica sina
acreditei, entre os devaneios meus,
estar assistindo
mais do que uma obra prima da natureza;
e que ali, só poderia estar repousando,
a sublime luz de Deus!
Roberto P. Acruche
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