Diz a Bíblia que debaixo do céu há um tempo para tudo: “Tempo de nascer, tempo de morrer; tempo de plantar, tempo de arrancar; tempo de chorar, tempo de rir”. E muitos outros tempos (Ecl 3, 1-8).
As quatro semanas que antecedem o Natal de Jesus são chamadas “tempo de advento”. Isto é, tempo de espera, de expectativa, de esperança. A esperança feita de fé e confiança nas promessas de Deus. Santa Teresinha dizia que é “fé fiducial”. São Paulo dizia: “eu sei em quem acreditei”.
A esperança do Advento se baseia em parte nas promessas já realizadas: o Messias nasceu em Belém com nosso jeito de ser, assumiu nossa humanidade. Morreu por nós, ressuscitou e está vivo entre nós.
A esperança é por isso feita também de amor, de entrega da nossa vida a Cristo. O Apóstolo Paulo se exprimiu assim: “Para mim viver é Cristo e morrer é lucro” (Fl 1, 21).
A esperança do advento é solidária. O Altíssimo se fez um de nós por amor. Quem o segue faz como Ele: sai de seu comodismo e se lembra dos miseráveis, das crianças abandonadas, dos jovens vítimas da violência, da dependência química, dos desempregados, dos doentes e dos idosos que vegetam na solidão.
Lembro da palavra de Bento XVI aos jovens em Colônia (Alemanha): “Cristo ofereceu sua vida por nós no Calvário. Nós também devemos abrir nosso coração e nossas mãos aos idosos, aos enfermos e às crianças abandonadas” (Colônia, agosto de 2005).
A esperança do advento aponta o futuro definitivo: “Quando Cristo for tudo em todos”. É a segunda vinda de Cristo. Por isso esperamos serenos e alegres o Natal, pois Cristo venceu o mal e a morte. Ele está por nós.
Como povo a caminho, enquanto apontamos o futuro, seguimos vigilantes, para não perdermos o rumo. Paulo (Rm 13, 12) adverte: “A noite já vai adiantada, o dia vem chegando: despojemo-nos das ações das trevas e vistamos as armas da luz”.
Dom Sinésio Bohn - Bispo de Santa Cruz do Sul
Revista Família Cristã
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