Durante muito tempo, se entreolharam , trocaram rápidas palavras sobre a primeira coisa que vêem a mente ( quase sempre falam sobre o tempo , como está o que tem feito de bom , perguntas fúteis , mas imprecindiveis para sobrevivência humana).
Sim , não deixara de ser um lugar comum, ao qual eles começaram a criar um tipo de vínculo, talvez uma possível amizade, mas acima de tudo , não passavam de anônimos, pois suas vidas ficavam camufladas sobre suas palavras. Mas com o decorrer do tempo, começaram a ter uma certa aproximação, fato do qual nunca se podia ser imaginado por eles, pois não passavam de meros rostos que se não fossem certos artifícios modernos nunca iam se conhecer.
Começaram a falar de suas vidas, aflições, traumas, sonhos. foi então que descobriram que tinham muita coisa em comum . Nunca se podia imaginar coisa igual de meros desconhecidos dispersos entre seus mundos. Mas veio algo que surpreendeu: surgiram sentimentos, fato ao qual não se espera nesses casos, pois antes mal falavam sobre esses assuntos , muitos menos sobre desejos ou fantasias.
Fato é que anonimos ( salvo excessões)sempre serão anonimos. Sempre se esconderão por entre outras faces, pessoas, nomes ou qualquer outra faceta que convir em suas mãos ou palavras.
Foi então que ambos viram que a única maneira que restou para que isso não se transformasse em uma grande catástrofe pessoal, foi voltarem a seus mundos, normalizar as coisas, ou seja, voltar a realidade.
O que aconteceu não passou de devaneio, talvez fraquesa da alma, coisas mortais. Pois por mais que uma pessoa cruze ruas , janelas, trens e demais acasos , anonimos sempre serão anônimos.
Robson Araújo
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