Era uma vez um homem que vivia à beira de uma estrada, onde vendia cachorro-quente. Ele não ouvia bem, por isso não tinha rádio. Tinha problemas de visão, por isso não lia jornais.
Mas ele vendia cachorro-quente.
Colocava cartazes na estrada, fazendo propaganda da qualidade de seu produto. Ficava na beira da estrada e oferecia o seu produto em alta voz, e o povo comprava. Lentamente foi aumentando as vendas e cada vez mais aumentava a compra de salsicha e de pão. Comprou um fogão industrial para melhor atender os fregueses. O negócio prosperava: o homem conseguiu até mesmo enviar seu filho para estudar na capital.
Certo dia, o filho, já formado, retornou para cuidar do pai e viu que as coisas não mudavam naquele lugar. Em casa, chegou logo dizendo ao pai:
- Você não ouve rádio! Nem lê jornais! Há uma crise no mundo. A situação na Europa é terrível e a do Brasil ainda pior. Tudo está indo pro vinagre.
O pai logo pôs-se a refletir: “Meu filho estudou, lê jornais, ouve rádio e só pode estar com a razão.”
Então resolveu reduzir as compras de salsicha e de pão. Tirou os cartazes de propaganda e já não anunciava tão alto seu cachorro-quente, abatido que estava pela notícia da crise. As vendas foram caindo, caindo, caindo...
Então o pai finalmente disse ao filho:
- Você estava certo, meu filho. Nós certamente estamos vivendo uma grande crise.
Na asia não tem crise, porque será? Acho que lá não entendem nossa lingua, daí a crise não consegue propagar.
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