Um tumulto interrompeu a apuração do carnaval de São Paulo, na tarde desta terça-feira (21/02). Um representante da Império da Casa Verde invadiu o local onde eram lidas as notas, no sambódromo do Anhembi, e rasgou os envelopes antes da divulgação dos pontos do último quesito, que era "comissão de frente".
A partir desse momento, a apuração foi interrompida e a confusão começou. Torcedores na arquibancada começaram a jogar cadeiras perto da grade de proteção, que separava o público dos organizadores. O grupo derrubou as grades e invadiu a área restrita.
A maior parte dos torcedores deixou o Sambódromo após a confusão. Uma minoria permaneceu na arquibancada à espera de uma definição sobre o resultado do carnaval paulistano.
Prisões
O representante da Império da Casa Verde que rasgou as cédulas com as notas foi detido pela Polícia Militar pouco depois do tumulto. Conforme o capitão da PM Alexandre Vilariço, que coordenava a segurança no sambódromo, ele pode responder por provocação de tumulto e vandalismo.
Outro integrante da Gaviões da Fiel também foi preso. Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Deatur, o torcedor da Gaviões será autuado por danos ao patrimônio público. Os dois serão levados ao 13º DP, na Casa Verde.
Marginal interditada
Os torcedores que saíram do sambódromo interditaram a pista local da Marginal Tiête, seguindo em direção à ponte da Casa Verde. Placas que separavam a Marginal do sambódromo foram depredadas e arrancadas.
Os torcedores chegaram a atear fogo a carros alegóricos que estavam na área da dispersão, no Anhembi. Pelo menos duas alegorias da Pérola Negra foram destruídas no incêndio.
Acompanhados pela Polícia Militar, um grupo da Gaviões da Fiel seguia a pé pela Marginal Tietê para a quadra da escola, localizada a cerca de dois quilômetros do Anhembi. Até o início da confusão, a escola não vinha registrando notas boas na apuração.
Resultado
Por causa do tumulto, não foi divulgado qual será o resultado do carnaval paulista. No momento da confusão, a Mocidade Alegre liderava a apuração. Os jurados liam as notas do último quesito, comissão de frente. A ordem da apuração era: 1º Mocidade Alegre, 2º Rosas de Ouro, 3º Vai-Vai, 4º Mancha Verde e Unidos de Vila Maria .
O presidente da Liga das Escolas de Samba, Paulo Sérgio Ferreira, afirmou que não há possibilidade de anulação das notas. Eles vão fazer um levantamento das notas e, se não forem recuperadas as que faltavam, vencerá quem estava em primeiro lugar no momento em que a apuração foi interrompida.
Ferreira afirmou que "tem escola que não sabe perder". "O jogo é jogado, a regra é clara. A escola vem na avenida, canta o samba errado e depois quer tirar o julgador de samba-enredo. Vamos ver se tem possibilidade de levantar as duas notas que faltam, se não tiver, vai se manter o resultado que se mantém até agora", disse.
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