O governo do Paraná enviou um ofício à Assembleia Legislativa
confirmando a retirada dos dois projetos de lei que previam ajustes
fiscais e previdenciários, com corte de gastos para reequilibrar as
contas do Estado. As medidas resultaram em uma série de greves no
funcionalismo público estadual e na revolta dos servidores, que
invadiram o plenário do Legislativo na tarde da última terça-feira (10),
quando o projeto estava prestes a ser aprovado.
O documento chegou à Assembleia por volta das 16h. desta quinta-feira (12/02)" O
secretário-chefe da Casa Civil vem por meio desta solicitar a retirada
dos projetos PLC 06/2015 e PLO 60/2015 para reexame, e em virtude das
manifestações ocorridas. Também para garantir a integridade física e
segurança das senhoras e senhores parlamentares", diz documento assinado
por Alexandre Teixeira, diretor geral da Casa Civil.
O dia foi marcado por muita tensão dentro e fora da Assembleia.
Com servidores acampados no plenário, a sessão marcada para as 14h30 foi
realizada mais uma vez em uma sala no quinto andar do prédio, ao lado
do restaurante.
Para chegar até lá, deputados da base governista passaram por
uma situação vexatória. Chegaram em camburões do pelotão de choque da
Polícia Militar, escoltados inclusive pelo secretário estadual de
Segurança Pública, Fernando Francischini.
Quando a sessão já havia iniciado, manifestantes furaram o
bloqueio da PM e ocuparam o pátio da Assembleia. Foram disparadas balas
de borracha, insuficientes para conter a população, que tomou o local.
A pressão deu resultado e minutos depois a sessão foi suspensa e
encerrada, com a promessa de retomar os trabalhos em 23 de fevereiro.
Com gritos de "retira ou não sai", manifestantes cobravam o fim dos
projetos.
Em um primeiro momento, foi anunciado o fim do "tratoraço", ou
seja, a comissão geral que analisaria os projetos em conjunto. Logo
depois, com a chegada do ofício do governo do estado, foi confirmado o
fim do 'pacotaço'.
Deputados da oposição comunicaram a decisão aos servidores que
ocupavam o pátio da Assembleia, que começaram a sair do local por volta
das 16h e iniciaram a comemoração na praça Nossa Senhora da Salete com
os gritos de "o povo, unido, jamais será vencido".
folhaweb - com informações da repórter Mariana Franco Ramos/Equipe Folha
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