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março 15, 2013

Rebelião na 9ª SDP de Maringá chega ao fim após 13 horas

A rebelião no minipresídio da 9ª Subdivisão de Polícia Civil (SDP), em Maringá, terminou, por volta das 8h desta sexta-feira (15/03), após 13 horas do início do motim. Os presos apaziguaram após o juiz da Terceira Vara Criminal, Joaquim Pereira Alves, chegar ao local para negociar, por volta das 6h30.
Foi assinado um termo de compromisso prevendo que os presos terão quatro horas de banho de sol durante quatro vezes por semana (atualmente é apenas uma hora diariamente), além de transferência de presos para penitenciárias, para diminuir a superlotação. O documento foi assinado pelo juiz Joaquim Alves, pela advogada requisitada pelos presos, Ellen Rita Santana, pela irmã Ruth Tesone, religiosa que realiza trabalho com presos, e pelo delegado-chefe da 9 SDP, Osnildo Carneiro Lemes.
A polícia acertou a transferência de 62 detentos para presídios de Maringá e região. Quinze homens serão enviados para a Casa de Custódia de Maringá (CCM), outros 15 para a Penitenciária Estadual de Maringá (PEM), 15 para Cruzeiro do Oeste e 15 detentas devem ser encaminhadas para um presídio feminino em Curitiba.
Refém
O agente de cadeia, Charles Roger da Silva - foto -, de 37 anos, que estava sendo mantido como refém, foi colocado em liberdade. Ele saiu com ferimentos no rosto, além de pernas e braços inchados.
Silva contou que foi dominado quando retornava do Fórum de Maringá com um grupo de cinco presos. Ao colocá-los na cela, eles conseguiram rendê-lo. Um colega dele conseguiu sair e trancar a cela. Silva afirmou que foi agredido com socos e chutes. Ele teve pés e braços amarrados e foi constantemente ameaçado de morte.
Em entrevista, Silva disse que a rebelião teria começado pois os presos se irritaram com a revista que foi realizada na tarde desta quinta-feira (14/03) no minipresídio. Os policiais apreenderam 34 celulares e dois estoques (facas improvisadas) que estavam com os detentos.
Os presos, no entanto, alegam que teriam sido agredidos durante a revista. A lista de reivindicações, que demorou para ser concluída, foi apresentada de forma confusa. Alguns presos exigiam transferência, por conta da superlotação da cadeia, outros, no entanto, queriam permenecer na 9 SDP, porém exigiam melhores condições, como mais banhos solares, celas mais arejadas, etc. A carceragem da 9ª SDP conta hoje com 348 detentos, sendo que a capacidade máxima é para 126 pessoas.
Outra reclamação são sobre supostos danos a pertences pessoais - como roupas, rádios, aparelhos de televisão e até mesmo alimentos - pelos agentes e investigadores durante a operação bate-grade. A carta de reivindicações foi assinada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
Negociação
Por volta das 20h desta quinta-feira, os presos teriam tentado forçar a entrada para o pátio, e por conta disso, segundo a polícia, foram disparados tiros com munição não letal. O preso Rogério Henrique da Silva, 31 anos, foi atingido na altura da cintura e precisou ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros. Ele foi encaminhado ao Hospital Universitário, sem risco de morte. Silva, morador de Londrina, está preso por roubo.
Durante a rebelião, os policiais cortaram a energia elétrica, água e alimentação dos detentos.
Policiais da Tropa de Choque passaram a noite reforçando a segurança no local. O tenente Fábio José Ribeiro, da Polícia Militar de Maringá, ficou responsável pela negociação durante a madrugada. Todo o trabalho foi supervisionado pelo comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) de Curitiba, capitão Marco Antônio da Silva.
Celulares
Durante todo o motim, a comunicação entre detentos e familiares era constante via celular. "Mesmo depois da revista, muitos celulares não foram encontrados", conta uma mãe de um detento, que não quis se identificar. Alguns familiares ligaram para a redação de O Diário para relatar como estava a situação dentro do minipresídio.

(odiario.com)

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