O SEU PORTAL DE INFORMAÇÃO !

março 19, 2013

Rebelião gera confronto em Arapongas


Policiais militares conseguiram conter ontem, (18/03), um motim de presos no minipresídio de Arapongas (Centro-Norte). A rebelião ocorreu no início da manhã, quando carcereiros perceberam que paredes das celas tinham sido danificadas. Nenhum detento conseguiu fugir. Também houve confusão do lado de fora da cadeia - parentes de presos entraram em confronto com policiais e guardas municipais.
O motim na carceragem foi controlado com a intervenção de policiais do Pelotão do Choque e Canil, vinculados à 7ª Companhia Independente de Arapongas. "Eles montaram barricadas na carceragem e chegaram a energizar as grades para impedir o avanço da tropa", contou o major José Luiz de Oliveira. "Foram efetuados alguns tiros de efeito moral, mas não tem ninguém machucado e não houve resistência", disse o delegado Pedro Lucena. Foram apreendidos 15 celulares, várias cápsulas de cocaína, maconha e estoques na celas.
As negociações duraram algumas horas e foram acompanhadas por integrantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) subseção de Arapongas. Presos cobram melhorias no sistema carcerário e relataram que seria servida comida estragada.
A unidade vive superlotada e está cinco vezes acima da capacidade. Ontem abrigava 176 presos, onde deveriam estar 34. "Está insustentável", definiu o presidente da OAB Arapongas, Edevaldo Hatamura. Lucena concorda em partes. "Realmente a carceragem está superlotada. Existem presos que já foram julgados e condenados, mas que ainda permanecem na delegacia por falta de vagas nos presídios da região. Porém, a comida é de boa qualidade, inclusive, já foi analisada pela Vigilância Sanitária", ponderou. A comida servida é feita em Bandeirantes, município localizado a cerca de 100 quilômetros de distância de Arapongas.
A situação caótica da carceragem motivou uma ação civil pública por parte do Ministério Público. A juíza Raphaella Beneti Cunha acatou pedido da promotoria e determinou reformas na unidade. Ela estipulou multa de R$ 10 mil/dia em caso de descumprimento. O Estado recorreu da decisão.
Parentes de presos se rebelaram com a ação policial na carceragem. Trinta policiais militares e guardas municipais tentaram criar um cordão de isolamento na frente da delegacia. Mulheres exaltadas agrediram verbal e fisicamente os policiais. Algumas tentaram invadir o pátio da delegacia e foram contidas durante a manhã.
À tarde houve uma nova confusão. Familiares passaram a agredir policiais e agentes municipais com pedras – lixo e ovos também foram arremessados contra integrantes das corporações, que reagiram. Balas de borracha foram disparadas e bombas de efeito moral jogadas contra os manifestantes. Cães também foram usados para dispersar a multidão.
Algumas pessoas ficaram feridas. "Fui agredido sem ter feito nada. Tomei uma mordida na barriga e estou com os braços doloridos", lamentou Álvaro de Andrade. As ruas em volta do prédio foram interditadas para evitar aproximação dos familiares.
A carceragem foi consertada ontem mesmo e os presos reconduzidos para as celas. Dez foram transferidos para a Casa de Custódia de Londrina (CCL).

(folhaweb)

Nenhum comentário:

Postar um comentário